O artista fala sobre sua infância, os costumes paraguaios e os reflexos dessas influências sobre sua obra.
The artist talks about his childhood, Paraguayan customs and the reflexes of these influences on his work.
Há uma espécie de elaboração psicológica que faço, nestes tempos recentes, que é um pouco me permitir trabalhar essa coisa feminina. Porque quando eu era menino e vivia no mundo feminino, com irmãs, mãe e avó, era proibido de fazer determinadas coisas porque eram para mulheres. A todo momento me diziam: não estude piano porque é coisa de mulher, não faça dança porque é coisa de mulher, e tudo era de mulher, e tudo que eu escolhia era coisa de mulher; não podia pegar a vassoura, não podia fazer certas coisas. E agora, que sou adulto e talvez mais consciente, pude trabalhar essa parte feminina. Posso bordar, apesar de que me proibiram, posso fazer crochê, apesar de que me proibiram. Porque se o faço de maneira mais consciente, e se me permito fazê-lo, também estou trabalhando um tabu, estou revertendo isso. É um pouco o que tenho feito em minhas obras ultimamente: poder me libertar de certas cargas e, ao contrário, poder celebrar o mundo feminino que vivi, que foi muito forte.
Hay como una elaboración psicológica que hago, en este último tiempo, que es un poco permitirme trabajar, digamos, esa cosa femenina. Porque cuando yo era chico y vivía en el mundo femenino, con hermanas y madre y abuela, tenía prohibido hacer determinadas cosas porque era para las mujeres. En todo momento me decían, no hagas esto porque es para mujer, no estudies piano porque es para mujer, no hagas danza porque es para mujer y todo era para la mujer, y todo lo que yo elegía era para la mujer; no podía agarrar la escoba, no podía hacer determinadas cosas. Y ahora, que soy grande y soy como que más consciente, pude trabajar esa parte femenina y decir, bueno, puedo bordar a pesar de que me lo prohibieron, puedo hacer croché, a pesar de que me lo prohibieron. Porque bueno, si lo hago de manera más consciente y me permito, también estoy trabajando un tabú, estoy revirtiendo eso. Y es un poco lo que he hecho en mis obras últimamente: poder liberarme de ciertas cargas y, al contrario, poder celebrar el mundo femenino que he vivido, que ha sido muy fuerte.
There is a kind of psychological elaboration that I do, in these recent times, which is a sort of allowing myself to work on this feminine thing. Because when I was a boy and lived in the feminine world, with my sisters, mother and grandmother, I was prohibited from doing certain things because they were things for women. They were always telling me: don’t study piano because it’s a woman’s thing, don’t take up dancing because it’s a woman’s thing, and everything was a woman’s thing, and everything I chose was a woman’s thing; I could not pick up the broom, I could not do certain things. And now that I’m an adult and perhaps more aware, I can work on the feminine part. I can embroider, even though it was prohibited, I can do crochet, even though it was prohibited. Because if I do it with awareness, and if I allow myself to do it, I am also working with a taboo, I am reverting that. It is a little of what I have done in my works recently: I can free myself of certain charges and, on the other hand, celebrate the feminine world I lived in, which was very strong.