Gunvor Nelson talks on her movies My name is Oona and Take Off.
Gunvor Nelson fala sobre seus filmes My name is Oona [Meu nome é Oona] e Take Off [Retire].
Meu nome é Gunvor Nelson e fiz um filme, já faz agora muito tempo, My Name is Oona [Meu nome é Oona]. Foi por volta do fim dos anos 1960, eu diria 1969 ou algo assim. E depois também Take Off [Retire], o filme, que fiz talvez em 1972. Ambos são em preto e branco. Fiz outros filmes que são em cores, gosto muito de trabalhar com cor mas, também, tem algo no preto e branco de que gosto muito. De certo modo, fica mais abstrato. E tem menos coisas no preto e branco capazes de perturbar e ideia e o sentido do que desejo expressar. No começo, eu não tinha confiança em mim mesma em termos do som. E eu contava com pessoas a minha volta que eram muito bons músicos.
Em My Name is Oona ouvi muitas apresentações de Steve Reich e gostei muito das repetições e de como elas revelavam sentidos levemente diferentes ao longo do trabalho. Fui muito influenciada por Steve Reich e, por isso, em My Name is Oona fiz minhas próprias repetições. O som e a imagem trabalham muito bem juntos, pelo menos para mim. Steve Reich havia gravado Oona, minha filha, que tinha uns cinco anos na época, falando os dias da semana. Assim, pedi a Steve Reich se eu podia usar aquela parte. A princípio achei que queria fazer o filme bem abstrato, mas deixei as instruções dele para Oona. Há uma dinâmica interessante em termos da criança que está tentando agradar e o adulto que está tentando fazer a criança interpretar... ou pedindo algo da criança.
Por isso, em Take Off precisei novamente de alguma ajuda com o som. Conheci Patrick Glesson e ele estava em um grupo liderado por Herbie Hancock. Assim, foram os músicos do grupo que fizeram o som para Take Off. A pessoa que me ligou sobre a ideia para o filme, Magda, tinha mais contato com aquele mundo das strippers e tudo o mais. A stripper era muito gentil e disposta. Ela produziu aquele figurino para o filme. Ela estava totalmente envolvida com aquilo. Só havia eu e Magda e mais uma pessoa lá e ela queria plateia. Como eu estava lecionando na Universidade Estadual de San Francisco na época, pedi para a classe toda vir para minha casa. Eu morava sozinha, e eram todos homens naquele curso. Então, achei que seria muito bom. Mas ela era velha demais para eles. Então, eles só tinham as câmeras e ficaram totalmente desinteressados nela. Após isso, ela não os quis mais ali.
E isso é também retirar-se para um outro mundo. A princípio pensei em ter sangue saindo quando ela está tirando a cabeça e o resto. Mas quando vi a filmagem, disse: “Não é isso. Ela vai ficar muito feliz de tirar a cabeça fora, os braços e pernas e tudo o mais. E entrar em outro estado de ser".
My name is Gunvor Nelson and I have made, this long time ago now, My Name is Oona, and that was around the end of the 60s, 1960, I would guess 1969 or something like that. And then also Take Off, the film, that I made in 72 perhaps. They are both black and white – in black and white. I have made other films that are in color and I like to work with color a lot but, as well, there's something about black and white that I really like. It becomes more abstract in some way. And there's less things in black and white that disturb the idea and the feeling of what I want to express.
In the beginning, I didn't quite trust myself in therms of the sound. And I had people around me that were very good musicians. In My Name is Oona I have heard Steve Reich performances and I very much liked the repetitions and how it developed very slightly different ways through work. I was very influenced by Steve Reich and so in My Name is Oona I made my own repetitions. The sound and the image work very well together for me, anyway. Steve Reich had taped Oona, my daughter, who was about 5 at the time, saying the days of the week. So I asked Steve Reich if I could use that portion. I thought first that I wanted to have it very abstract, but I left his instructions to Oona. There's an interesting dynamic in therms of the child that's trying to please and then the grown up that is trying to have the child performance... demanding something from the child.
So in Take Off I needed also again some help with the sound. I knew Patrick Glesson and he was in a group that was led by Herbie Hancock. So the musicians in that group made the sound for Take Off. The person who phoned me about the idea for the film, Magda, she had more contact with that world of strippers and so on. The stripper was so sweet and so willing. She made that costume for the film. She was all in for that. There's only me and Magda and somebody else there and she wanted audience. So I was teaching at San Francisco State at the time and so I got the whole class to come to my house. I was lonely. And they were all men in that class, so I thought: 'Well, that will be very good...' But she was too old for them. So they just had the cameras, and were totally uninterested in her. So, after that, she didn't want them there. And it is also taking off into some other world. At first I thought of having blood coming out when she's taking off her head and so on. But when I saw the footage, I said: "This is not it. She's going to be very happy to take her head off, arms and legs and everything. And to go into another state of being".