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7 sep - 9 dec, 2018
free admission

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Stargazer II / Ernst Josephson by [por] Carl-Johan Olsson

The legacy of Ernst Josephson by the curator of 19th century painting at the National Museum in Stockholm, Sweden.

O legado de Ernst Josephson pelo curador de pintura do século 19 do Museu Nacional de Estocolmo, Suécia.

Português | English

PORTUGUÊS

Meu nome é Carl-Johan Olsson. Sou o curador de pintura do século 19 do Museu Nacional da Suécia, em Estocolmo. Em sua juventude, Ernst Josephson declarou: “Serei o Rembrandt da Suécia, ou então morrerei”. Durante sua vida, ele de fato embarcou em uma jornada artística pela Europa, estudando velhos mestres como Rembrandt, Rubens, Mijtens, Velázquez e muitos outros. E em seus primeiros anos como artista ele pintou de maneira fiel a esses antigos mestres. Mas, como muitos de seus contemporâneos, Ernst Josephson viajou para a França para fugir da atmosfera acadêmica conservadora do mundo da arte sueco e se inspirar na pintura moderna que aflorava em Paris, com artistas como Édouard Manet e Jules-Bastien Lepage.

Ao final de sua última estada na França, em 1888, a saúde mental de Josephson estava fragilizada. Ele havia mergulhado no espiritualismo e se sentia assombrado por visões religiosas nas quais acreditava ser Deus ou Jesus Cristo. No entanto, os problemas mentais de Josephson não decretaram o fim de sua arte, mas mudaram sua direção e suas condições. O foco das imagens que ele produzia passou do mundo externo para seu mundo interior, sensível e instável, e isso resultou em um universo cujo conteúdo intelectual é altamente sofisticado, interpretado por Josephson apenas em pinturas e desenhos em que retratava temas históricos, bíblicos e literários, de forma extremamente original e, em vários sentidos, visionária. Algumas delas parecem leves em sua expressão, enquanto outras beiram o abominável, uma vez que parecem reproduzir visões assombrosas relacionadas ao estado mental do artista. Durante boa parte do século 20, Josephson foi admirado principalmente pelos trabalhos desse período em que esteve enfermo, em grande medida graças a artistas do início do século 20, que o viram como uma importante fonte de inspiração em termos de criatividade, ligada ao inconsciente, e pelas qualidades formais espontâneas de seus desenhos e pinturas.

ENGLISH

My name is Carl-Johan Olsson. I am the curator of 19th century painting at the National Museum in Stockholm, Sweden. In his youth, Ernst Josephson stated “I’m going to be the Rembrandt of Sweden, or I shall die.” He did embark his life on an artistic journey by traveling in Europe, studying old masters like Rembrandt, Rubens, Mijtens, Velázquez and many others. And for the first years as an artist, he painted in a manner quite true to these old masters. But, like many of his contemporaries, Ernst Josephson traveled to France to escape the conservative academic climate of the Swedish art world to become inspired by modern painting in Paris by artists such as Édouard Manet and Jules-Bastien Lepage.

At the end of his last stay in France, in 1888, Josephson’s mental health took a turn for the worse. He immersed himself in spiritualism and was haunted by religious visions in which he believed himself to be God or Jesus Christ. However, Josephson’s mental illness did not put an end to his artistry, but it changed its direction and its conditions. His imagery was transferred from the external world to his sensitive unstable inner world, and this resulted in a universe of highly sophisticated intellectual content, only interpreted by Josephson in paintings and drawings portraying historical, biblical, and literary subjects, in a most original and, in several senses, visionary way. Some of these seem light in their expression, while others are close to unbearable, as they seem to express haunting visions related to the artist’s mental state. During the main part of the 20th century, Josephson was appreciated mainly for the works from this period of illness to a large part thanks to artists of the early 20th century, seeing him as an important source of inspiration for creativity, linked to the unconscious, and for the naive formal qualities of his draws and paintings.

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