Luiza Crosman & Negalê Jones / Furnarius Rufus: A profecia do [The prophecy of] João de Barro III

Luiza Crosman apresenta uma profecia sobre pássaros autônomos que passaram por processo de bioengenharia e colaboram com humanos na construção de uma infraestrutura de larga escala no mundo da arte. Os sons foram captados por Negalê Jones no Pavilhão da Bienal e no Parque do Ibirapuera, para pensar o arquivo de um espaço de arte através da perspectiva do futuro.

Luiza Crosman presents a prophecy based on bioengineered autonomous birds collaborating with humans in the construction of a large scale art infrastructure. The sounds were recorded by Negalê Jones at the Bienal Pavilion and the Ibirapuera Park, in order to create a possibility to think at an art space's archive through a future's perspective.

Português | English

PORTUGUÊS

Os pássaros gigantes haviam conservado alguns de seus instintos ao longo de todo processo de bioengenharia. Seus cantos ainda eram passados a seus descendentes. E porque a humanidade havia aprendido tais cantos através de circuitos eletrônicos a comunicação entre espécies foi possível. O som foi também a forma encontrada para dar forma a arquitetura da estrutura. Não havia propósito específico inicial para a construção. Poderia ser uma plataforma mas poderia ser também uma armadilha. Embora as necessidades das duas espécies fossem absolutamente diferentes, a possibilidade de compartilhar o espaço foi acolhida como uma aposta no mistério. As mulheres, homens e crianças erguiam o espaço pelo chão. Os pássaros pelo céu. Finalmente uma edificação pertencente tanto a humanidade quanto a natureza.

ENGLISH

The giant birds had conserved some of their instincts through the whole bioengineering process. Their songs were still passed down to their descendants. And because humanity had learned these songs through encoding them in electronic circuits, cross-species communication was made possible. The sound was the way to give form to the structures architecture. There was no initial purpose to the construction. It could be seen as a platform, but it could also be a trap. Although the necessites of both species were radically different, being able to share that space was accepted as a gamble in the unknown. Women, men and children lifted the space by the floor. The birds by the sky. Finally a building that belonged as much to humanity as it did to nature.