A partir de seu interesse em questões como repetição, narrativa e tradução, Alejandro Cesarco realiza uma curadoria de obras de artistas que compartilham de suas inquietações conceituais e estéticas:
Aos nossos pais é uma dedicatória, uma oferenda, uma forma de tratamento, uma definição de público. É o reconhecimento do passado, e de sua contínua presença no presente. Dedicar a exposição a uma relação primordial (biológica ou adotiva, literal ou metafórica) é um modo de construir uma genealogia e de tentar se aproximar do cerne de nossos entendimentos, métodos, inibições, possibilidades, expectativas etc.
Algumas das perguntas postas pela exposição são como o passado (nossa história) ao mesmo tempo permite e frustra possibilidades, como reescrevemos o passado com nosso trabalho e como a diferença é produzida na repetição. De modo geral, a exposição chama a atenção para as estruturas que permitem certas narrativas e silenciam outras.
O trabalho de ressignificar e repetir ao reapresentar, reajustar e reafirmar é abordado de diversas maneiras pelos artistas de diferentes gerações incluídos na exposição. O impulso de deslocar ou recontextualizar implica certas investigações sobre as políticas cultural e estética. Uma rosa é uma rosa é uma rosa, até que deixa de ser. [AC]
* incluindo obra em colaboração com Richard Hoeck (AUT, 1965)