Eu fui olhando as pedras cada vez mais como seres humanos, porque elas tinham formas humanas. E quanto mais fui olhando para isso, para sua narrativa, mais elas foram me contando. Fui encontrando testemunhos da analogia entre o ser humano e a pedra, e do quanto, no fundo, a gente foi imaginado pela Terra. Temos uma ilusão tão grande de ser um objeto separado. Acho que é o que entristece o ser humano: ele esqueceu que foi imaginado, que faz parte da imaginação da Terra.
Se você se sentar de frente para uma pedra, ela vai narrar a história dela pra você. E quanto mais você senta e escuta, é extraordinário, porque ela está falando da criação da Terra, mas também de sua conexão com o universo, porque a Terra faz parte do trajeto do universo. Então, imediatamente você deixa de ser um ser isolado e se torna um ser que pertence a um discurso telúrico, do sistema solar, do universo, dos sistemas maiores. Não o sistema econômico. Um sistema de outra dimensão. [DM]