Identifico-me e me encanto por coisas que vivem mais em silêncio, que acontecem sem ser tão notadas, em paralelo a um mundo que fala mais alto. É um processo intuitivo, como se esse universo me chamasse para o diálogo.
Quando eu vim ao Pavilhão da Bienal, me impressionou o vazio imenso criado pela arquitetura que se impõe, tão forte. E justamente por ser tudo tão grande e importante, minha atenção se voltou ainda mais para as sutilezas desse espaço vazio, o que há de mais frágil e silencioso naquele contexto, o que não está sendo visto. O contraste entre esses mundos, e onde eles se encontram, é muito potente para mim.
Eu acho que a atenção no meu trabalho tem muito a ver com um pensamento que vaga, um devaneio. Aonde você vai encontrar o que te toca, sem procurar. É um tipo de atenção que se deixa encontrar. [ML]