Eu gostaria que os materiais que utilizo, tanto a madeira quanto o cobre do solo, atuassem como materiais de modulação afetiva, de forma que as pessoas se encontrem em relação direta com eles.
Considero o desenho a semente, o germe de qualquer atividade artística. Para mim, desenhar pode ser, inclusive, caminhar de um lugar até outro. Esse trajeto pode se manifestar como um percurso de desenho. É uma atividade de contemplação que leva, implicitamente, a uma atitude respiratória, uma meditação.
Há momentos em que acho difícil falar, pois não quero carregar o espectador com um conceito que anteceda seu encontro com a obra. Sempre penso que esse encontro deve se dar a partir de um lugar mais despido, de contemplação. Um lugar no qual os olhos de quem contempla estejam um pouco calados, silenciados de conceitos, para que possa surgir, daí, uma experiência inédita. [ACo]